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O que é “Documentação”?

Uma pesquisa do GitHub de 2017 com 5500 usuários e desenvolvedores concluiu que entre os respondentes, a distribuição de gênero era:

Na mesma pesquisa do GitHub, 93% dos colaboradores relataram que a documentação incompleta ou desatualizada é um problema, mas 60% disseram que raramente/nunca contribuem para a documentação.

(Fonte: Geiger, R.S., Varoquaux, N., Mazel-Cabasse, C. et al. The Types, Roles, and Practices of Documentation in Data Analytics Open Source Software Libraries)

Pra que serve documentação?

Escrita técnica (technical writing)

Escrita técnica é a prática de comunicar informações complexas de forma clara e concisa. Ao contrário da escrita criativa, seu conteúdo costuma ser sucinto e direto ao ponto. Seu objetivo é ajudar um público específico a entender um produto, processo ou conceito para que possam concluir uma tarefa, tomar uma decisão ou aprender algo novo. Exemplos incluem manuais do usuário, guias de instruções, relatórios técnicos e documentação de software.

Para software, a escrita técnica pode incluir:

Parte do processo inclui saber quem é seu público, em que nível cada documento deve ser escrito, qual linguagem usar e, se possível, obter feedback (e agir de acordo).

“Docs as code”

Do ponto de vista de um usuário, se um recurso não está documentado, então ele não existe, e se um recurso está documentado incorretamente, então ele está quebrado.

Docs as code é uma filosofia que recomenda “escrever documentação com as mesmas ferramentas e fluxos de trabalho que seu código.” (Saiba mais: https://www.writethedocs.org/guide/docs-as-code/) Um ponto de vista ainda mais radical é o DDD (Docs-driven development)

De qualquer maneira, a documentação deve ser tratada como parte integrante do projeto de software, e não como um acessório ou reflexão tardia.

Arquitetura da documentação

Existem muitas maneiras de organizar um conjunto de documentação. O mais importante é garantir que a estrutura faça sentido para o público-alvo e facilite a navegação.

Tenha em mente que as pessoas gostam de ler as páginas de documentação “na diagonal” - ou seja, elas podem não ler tudo, mas vão procurar as informações mais relevantes. Por isso, selecionar informações é importante - o escritor tem a responsabilidade de sinalizar o que é importante.

Sempre que puder, use títulos e subtítulos claros, listas com marcadores, tabelas e imagens para facilitar a leitura. Se o seu site permitir o uso de um motor de busca, certifique-se de que ele funcione bem.

Diatáxis

https://diataxis.fr/

Organiza a documentação em quatro categorias:

Diataxis

EPPO

Em um contexto de documentação, em que os leitores chegam à maioria das páginas por um motor de busca, toda página é a “página um” (Every Page is Page One) https://everypageispageone.com/the-book/

Uma das ideias centrais do EPPO é que os leitores não seguem uma ordem linear ao ler a documentação. Eles chegam a uma página específica com uma pergunta ou problema em mente e esperam encontrar a resposta rapidamente. Além disso, os leitores precisam poder acessar outras áreas da documentação a partir dali, caso precisem de mais contexto ou informações adicionais.

Seven-action documentation model

O modelo de documentação de sete ações (https://passo.uno/seven-action-model/) propõe que a documentação deve ser estruturada para atender a sete ações principais que os usuários podem realizar:

Seven-action model

Documentação viva

Um conjunto de documentação é vivo, e deve evoluir junto com o software e a comunidade que o utiliza. Algumas práticas recomendadas para manter a documentação viva incluem:

Versionar documentação?

Num contexto de documentação viva, faz sentido versionar a documentação junto com o código-fonte do software. Isso garante que a documentação esteja sempre alinhada com a versão atual do software, evitando confusões e inconsistências.

Traduções

Se o seu projeto tem uma comunidade internacional, considere traduzir a documentação para outros idiomas. Isso pode aumentar significativamente o alcance e a acessibilidade do seu projeto.

O elefante na sala: documentação feita por IA

A documentação feita inteiramente por IA apresenta informações erradas, incompletas, envenenadas ou sem sentido. Elas podem ser uma imensa distração e levar o leitor ao erro.

Por outro lado, ferramentas de IA podem ser úteis para resumir informações e fornecer um ponto de partida rápido. Elas podem ajudar a indexar informações e identificar padrões.

Nunca confie inteiramente em ferramentas de IA e certifique-se de ser transparente com seus leitores.

Esteja ciente das limitações dessas ferramentas e como elas podem criar confusão e até conflito.

Desenvolva uma política e concorde com uma abordagem com sua equipe.